A China ultrapassará os Estados Unidos como a maior economia do mundo até 2028, cinco anos antes do previsto, segundo as últimas projeções do Centro de Pesquisas Econômicas e Empresariais (CEBR, na sigla em inglês). A recuperação após o flagelo da pandemia, que já acumula 19,4 milhões de casos e 333.326 mortes deste lado do Atlântico, tornou-se o catalisador que vai acelerar a ascensão do gigante asiático.
“Por algum tempo, um tema geral da economia mundial tem sido a luta econômica e pelo poder entre os Estados Unidos e a China”, disse o CEBR em seu relatório anual divulgado no último final de semana. “A pandemia do COVID-19 e as consequências econômicas correspondentes inclinaram essa rivalidade a favor da China”, justificou o documento.
Assim, os especialistas do CEBR consideram que o “Gestão hábil da pandemia” pela China, caracterizada por seus rígidos e antecipados confinamentos, diante da derrocada do crescimento de longo prazo no Ocidente fará com que o desempenho econômico do país asiático melhore substancialmente.
Assim, a China parece estar preparada para registrar um crescimento médio de 5,7% entre 2021 e 2025, antes de moderar para 4,5% ao ano entre 2026 e 2030. Por sua vez, os EUA experimentarão uma forte recuperação no próximo ano, mas seu crescimento diminuirá para 1,9% ao ano entre 2022 e 2024. Depois disso, sua expansão continuará deflacionando para 1,6%.
Paralelamente, o Japão continuará mantendo sua posição de terceira maior economia do mundo até o início de 2030, quando será ultrapassado pela índia, que por sua vez derrubará a Alemanha do quarto para o quinto lugar. O Reino Unido, atualmente a quinta maior economia de acordo com os cálculos do CEBR, cairá para o sexto lugar a partir de 2024.
Mesmo que o país sofra a ressaca tanto da pandemia quanto de sua saída da União Europeia no próximo ano, o PIB da Grã-Bretanha em dólares deve ser 23% maior que o da França até 2035, ajudado por sua liderança na cada vez mais importante economia digital.
A Europa representa 19% da produção das 10 principais economias mundiais em 2020, mas esse número cairá para 12% em 2035, ou menos se houver uma divisão mais profunda entre a UE e a Grã-Bretanha. O CEBR também alerta que o impacto da pandemia na economia global provavelmente se manifestará em inflação mais alta, não em crescimento mais lento.